domingo, 20 de dezembro de 2009

IMAGEM CORPORAL CORPOREIDADE DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA

IMAGEM CORPORAL: CORPOREIDADE DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
VISUAL
Ms. Profª. Rosilene Moraes Diehl
Acad. Educ. Física Paulo E. F. Peixoto
UNILASALLE, Canoas, RS

1. INTRODUÇÃO
O corpo é a expressão material da personalidade. Sendo intrínseco e inerente, identificado a nós como nosso esqueleto, nosso aparelho muscular, o corpo como um todo.
Temos percepção corpórea própria. Diariamente, frente ao espelho, nos comparamos com os padrões vigentes, estereótipos de beleza e perfeição, e a tendência é imitá-los. Imitação do vestir, do pentear, do modelar o corpo e, principalmente, como agir a partir dos gestos e movimentos. O comportamento do ser humano segue padrões que podem ser compreendidos de forma mais ou menos nítida que entendemos como arquétipos, criando seu próprio mundo através da conquista da natureza. A “corpolatria” é expressão da cultura somática da sociedade de consumo. Estas colocações fazem- nos refletir sobre a dificuldade e modificar uma representação sócio-cultural.

Os órgãos dos sentidos têm o papel de “situar-nos” perante o mundo. Assim como a linguagem que está baseada nas imagens, é através da visão que construímos a opinião sobre o mundo.
Para a pessoa com deficiência visual a percepção de si e do mundo à sua volta é alterada devido às informações que recebem serem reduzidas e suas representatividades, pobres. Assim, tais informações, feitas através da exploração do ambiente pela s mãos e outros sentidos, têm sua representatividade, às vezes, distorcida, gerando ansiedade e insegurança. Seus conceitos se formam ao longo do tempo e a partir de seus relacionamentos sociais, com informações produzidas a partir da descrição de objetos e espaço, por pessoas não cegas.
De acordo com Diehl (2006) a imagem do corpo, bem como sua relação com o meio ambiente, são conceitos abstratos para os cegos, tendo em vista que eles não dispõem ou possuem poucas referências visuais. Eles constroem o seu mundo físico basicamente através de sensações táteis, olfativas e auditivas.
Um dos aspectos mais inquietantes, na concepção do desenvolvimento perceptivo-motor do indivíduo com deficiência visual, é o de reconhecê-lo como um sujeito capaz de realizar e expressar sua corporeidade com a mesma “grandeza” que um vidente. Na
Educação Física, é fundamental a utilização do corpo como instrumento de comunicação e expressão no desenvolvimento do indivíduo com deficiência visual. Atividades que busquem satisfazer as necessidades pessoais e sociais no dia a dia, de forma independente e auto-suficiente são, por exemplo: expressão corporal, música, dança, teatro e atividades esportivas adaptadas. “O contato com o fato artístico, os sons, a música, o movimento, a dança e as artes plásticas, são elementos que nutrem as vivências e a conduta pessoal”.
(BRIKMANN, 1989, p.105).
A proposta deste artigo destina-se, fundamentalmente, pesquisar os parâmetros da percepção corporal em deficientes visuais, identificar capacidades de percepção da imagem de seu corpo, suas inter-relações entre eles e com os demais. Gallahue & Ozmun (2003), comenta que fatores como um sentimento de bem-estar, imagem corporal, posição de controle e depressão, podem ser influenciados pelo envolvimento em atividades físicas.
2. METODOLOGIA
Este trabalho é um estudo descritivo-exploratório. Demarca o perfil de um grupo, analisa certos fenômenos, define pressupostos, identifica estruturas e possíveis relações com outras variáveis.
Definiu-se a população de indivíduos com deficiência visual, tendo como amostra nove sujeitos com cegueira total e dois com baixa visão, na faixa etária entre 19 e 45 anos, pertencentes à região metropolitana de Porto Alegre. Dois dos entrevistados são do sexo feminino e nove do sexo masculino.
O instrumento utilizado foi uma entrevista semi-estruturada. Os itens norteadores da pesquisa foram os seguintes: a) como se dá a percepção da imagem corporal do indivíduo com deficiência visual; b) sua percepção em relação ao corpo e sua mobilidade nas atividades da vida diária e também nas atividades físicas mais intensas; c) relação e interação com o meio, a família, a sociedade, etc.; d) como se processa seu lado emocional, seus medos, inseguranças, alegrias e tristezas.
3. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS
Após a coleta dos dados foi possível chegar a 3 categorias de análise: conforme aspecto físico motoras, social e emocional.

Perspectiva físico/motora
Observamos que estes indivíduos possuem dificuldade em relação à percepção de seu corpo quanto aos aspectos físicos e motores. A percepção, muitas vezes, ocorre a partir das informações dadas pelo outro. Informações que são fundamentais para seu crescimento integrado sob vários aspectos. “O que eu percebo do meu corpo é assim, eu percebo o que os meus amigos falam” (Entrevistado 2); “... eu não me importo muito com isso, mas...eu só sei o que as pessoas dizem, né...” (Entrevistada 10).
Quanto maiores forem os estímulos e novas experiências do indivíduo, mais completo será seu desenvolvimento perceptivo, principalmente sob o ponto de vista psicomotor.
“Falar sobre a percepção que o cego tem do mundo, só ele pode falar, pois somente ele pode percebê-lo pelo seu corpo” (PORTO, 2005, p.35). Quando nos deparamos, ou imaginamos um objeto, ou quando construímos a “imagem” de um objeto, não agimos como uma simples máquina perceptora, mas como uma personalidade que experimenta essa percepção.
Através da elaboração da imagem corporal percebemos que somos iguais aos demais, pelo menos em nossa forma. Os cegos têm, na maioria das vezes, uma “visão” distorcida da realidade corporal. “... Eu sou alto, um pouco... tenho 1,63m” (Entrevistado
8). O Entrevistado 6, aproximadamente mesma altura, disse que era meio alto. “Sou meio magro... meio gordinho” (Entrevistado 1).
Percebemos que a tendência é perceber o mundo, mais como eles crêem ou querem que seja do que através da informação recebida através dos diferentes estímulos.
Acreditamos que para adquirir real percepção, os indivíduos dependem das relações entre os fatores do estímulo captados e das experiências vividas com este estímulo.
Vivemos numa cultura em que a aparência é extremamente valorizada. É através dessa aparência que os demais nos percebem e nos reconhecem, por isso pode-se destacar a importância da imagem na determinação do conceito de auto-identidade e de
autovalorização.
Essa cultura constrói sua imagem de corpo e essa imagem se constitui numa maneira própria de “ver” e viver o corpo. Porém se percebe que os indivíduos cegos mesmo estando, às vezes, fora do “padrão” de beleza estabelecido pela cultura da
corpolatria, relatam estarem contentes com seus corpos. “...Me sinto um pouco alta, né,.. eu me sinto realizada com meu corpo... não sinto bonita e nem feia, me sinto no padrão normal” (Entrevistada 10).
A maioria dos sujeitos entrevistados demonstrou preocupação com a postura, relatando que freqüentemente alguém lhes faz alguma observação a respeito do assunto. “Sim, eu ando sempre de cabeça baixa... eu tenho que levantar a cabeça e não consigo” (Entrevistado 7); “... Sim, a professora de teatro. Ela sempre fazia comentários com a gente, sempre caminhar com a cabeça alta, “olhando” para a frente e nunca caminhar encurvado, apoiando-se na bengala” (Entrevistado 8).
Uma vida fisicamente ativa e habilidade para desenvolver tarefas da vida diária, são fatores que podem ter efeito positivo no conceito que adultos têm de si e na maneira como os outros os vêem (Gallahue & Ozmun, 2003). Devemos ter em mente as dificuldades sofridas pelos indivíduos cegos quanto às possibilidades de ação e interação motora.
Dificuldades ocasionadas pela reação da família e da sociedade que tendem a super protegê-los e a cercearem suas ações. “Às vezes eu tenho medo de ir para certos lugares, porque não tenho boa mobilidade. Às vezes eu vou para esquerda quando é para direita. Eu tenho uma mania, de não ”olhar” para a pessoa que está falando”(Entrevistado 6).

Poucas atividades esportivas e exercícios reforçam este aspecto. Por isso, decorrente dessa já citada tendência à inatividade e a super proteção, constatamos que existe um déficit motor, acarretando uma diminuição de sua mobilidade. Tudo isso, traz consigo uma criação de barreiras e obstáculos que dificultam sua acessibilidade nos lugares onde poderia ir sozinho. “Uso bengala, eu não ando na rua sozinho, só se agarrar no braço de uma pessoa para caminhar” (Entrevistado 3); “Olha, na rua eu não ando sozinha ainda...mas eu estou fazendo aulas de locomoção” (Entrevistada 5).
Os obstáculos encontrados podem levá-los a um processo desencadeador de severos comprometimentos relacionados à independência, segurança e integração com o meio e consigo mesmo.
O ser humano é um complexo de emoções e ações, propiciadas por meio do contato corporal nas atividades psicomotoras, que também favorecem o desenvolvimento afetivo entre as pessoas, o contato físico, as emoções e ações. A psicomotricidade contribui de maneira expressiva para a formação e estruturação do esquema corporal, o que facilitará a orientação espacial. Consiste em relacionar-se através da ação, como um meio de tomada de consciência que une o “ser corpo”, o “ser mente”, o “ser espírito”, o “ser natureza” e o
“ser sociedade”. A psicomotricidade está associada à afetividade e à personalidade, porque o indivíduo utiliza seu corpo para demonstrar o que sente.
É importante ressaltar que, quando foram questionados sobre as atividades da vida diária, se alguém na família ajudava em alguma coisa, dois sujeitos responderam que a mãe, além de outras ajudas, até abotoava suas roupas, ajudando a colocar a cinta nas calças e amarrar os sapatos. “A minha mãe faz tudo para mim”(Entrevistado 3); “...Eu ainda não apreendi. A maioria dos cegos, a família faz isso com ele, para proteger. Só que depois prejudica um pouco” (Entrevistado 11).
Muito embora todos os outros tenham relatado que sentem alguma dificuldade para a elaboração de suas atividades da vida diária, demonstraram que têm mais iniciativa a respeito. “Eu procuro fazer tudo sozinho, independer das pessoas, mas eu gosto quando uma pessoa vem se oferecer para me ajudar em alguma coisa, eu gosto disso”
(Entrevistado 9).
A criança só apreende aquilo que vive concretamente. É importante que ela faça suas próprias descobertas através da manipulação e exploração do ambiente físico-social.
Para isso podem e devem ser exploradas situações referentes às atividades domésticas, como por exemplo: alimentação, higiene pessoal, saúde, segurança e vestuário. Segundo
Tavares (2003, p.81), “O desenvolvimento de nossa identidade corporal está intimamente ligado ao processo de vivenciar sensações dimensionadas à singularidade de nossas pulsões e de nossa existência desde a mais tenra idade”.
Perspectiva social
A família, muitas vezes, cria ao redor da criança cega uma redoma formada pela superproteção, causada pelo sentimento de culpa, pela desestruturação que o nascimento de uma criança deficiente causa, pelo medo e por falta de informações. Existe um total cerceamento da ação motora, tudo vindo à criança sem que ela saiba a origem, ocorrendo situações abaixo do seu limiar de captação, fazendo com que ela tenha a tendência de fechar-se cada vez mais em seu mundo. “...Eu levanto todo o dia às 8 horas. Tomo café.
“Vou para meu quarto, sento em minha cadeira giratória que a minha mãe me deu e fico escutando rádio o dia todo” (Entrevistado 3).
Para Gandara (1992) a família desempenha papel fundamental no desenvolvimento e educação do indivíduo com deficiência visual, pois resultados mais imediatos e corretos viriam de esclarecimentos e atendimentos prestados a partir da infância.

Como a pessoa cega é muito dependente do meio, não tem muitas chances de escolha, só lhes resta atribuir valor ao que nele acontece. Sua área afetiva poderá estar saturada destes sentimentos equivocados, manifestando ansiedade, inseguranças ou até mesmo, sentimentos de incapacidade. Os indivíduos entrevistados deixaram transparecer a carência afetiva, trazendo a reboque outros sentimentos, como o medo, a tristeza e o pior de todos, o sentimento de solidão. “Ser carente é ser humano, é estar vivo e atuante numa eterna luta, sempre recomeçada e nunca finda” (SAÚDE, 2001, p.82).
A compreensão do quanto o indivíduo cego pode e é capaz diante das situações de vida é um desafio para ele e seus familiares. A maneira como a família se comporta pode acelerar ou retardar o processo de independência, trazendo conseqüências profundas ao longo do seu desenvolvimento. Nesse sentido, entendemos a importância da estimulação na família.
A preocupação com o desenvolvimento da criança com deficiência visual deve iniciar-se no nascimento, para que possam se estabelecer suas bases e atingir a maturidade necessária para uma boa interação sócio-afetiva no seu meio. Cabe, ainda, aos especialistas da Educação Especial, assumirem seu papel enquanto responsáveis pela orientação e estimulação durante o desenvolvimento da criança procurando evitar, prevenir e minimizar, na medida do possível, as defasagens que poderão ocorrer tanto no desenvolvimento, quanto na aprendizagem.
Em conformidade com Schilder (1980, p.243): “Nossa imagem corporal só adquire suas possibilidades e existência porque nosso corpo não é isolado”. Segundo este autor, um corpo é necessariamente um corpo quando está entre outros corpos. As pessoas aprendem a avaliar seus corpos através da interação com o meio em que vivem, assim sua auto-imagem é desenvolvida e reavaliada continuamente.
É preciso estimular o indivíduo com deficiência visual para que se mostre através de sua linguagem corporal, prestando atenção à sua maneira de mover-se, de relacionar-se com o mundo. Cada um traz, em seu corpo, uma memória de vida, uma história, um contexto familiar. Saber olhar esses corpos com a singularidade de cada um é o fundamento de uma didática cuidadosa, que valoriza a subjetividade e estimula potencialidades. Para as pessoas cegas, as maiores alegrias são centradas nos contatos, criando referenciais com alguém que lhes dê atenção. Em contra-partida, manifestam grande frustração quando são relegadas à condição de deficientes e até mesmo uma redução de atenção desperta- lhes tristeza. A indiferença dos videntes não é bem assimilada, tendo como conseqüência a insegurança. Identificou-se que a maioria do público entrevistado não possui muitos amigos e, que o pouco que tem, também é deficiente visual. “...Eu prefiro ter amigos cegos do que videntes, porque me sinto mais seguro, sabe...o vidente não me dá muita segurança... porque já tentei me aproximar de pessoas que enxergam, mas acabei não conseguindo” (Entrevistado 7).
A partir de experiências que valorizem atividades que contemplem o contato com o outro, com o mundo, podemos destacar a contribuição da construção de uma identidade e o desenvolvimento do indivíduo. Para o deficiente visual, estas experiências se tornam fundamentais, desenvolvendo e fortalecendo sua independência e sua auto-estima.
Conforme Porto (2005), o ser humano é inseparável do meio ambiente e esse entorno humano se dá pela natureza e sociedade.
Nessa pesquisa, apenas um sujeito relatou que participa de festas com videntes. “Vou bastante, mas eu peço aos amigos para não me deixar no meio para não bater em ninguém.”(Entrevistado 2)
Na maioria das vezes, suas relações pessoais são comprometidas, fugindo do padrão de normalidade estabelecido. “Eu converso mais é por telefone. Eles (os amigos) nunca têm tempo. Eles falam, ah eu vou te visitar, mas na vão. Aí eu tenho que ligar, senão não me ligam”.(Entrevistado 11).
Assim, podemos identificar o quanto é complicado para esse público participar de eventos para videntes. O que se constatou é que na maioria das vezes, eles só participam de festas promovidas por entidades representativas dos indivíduos com deficiência visual.
Quatro sujeitos relataram que nunca participam.
O relacionamento entre as pessoas caracteriza a unidade básica do sistema. Esta é formada sempre que duas ou mais pessoas prestam atenção ou participam nas atividades da outra, constituindo-se como um contexto crítico para o desenvolvimento. As pessoas não constroem seu esquema corporal sozinhas, sendo essencial o diálogo com os pais, professores, colegas e amigos, sobre o esquema corporal e a imagem do corpo. “Perceber e relacionar-se com o meio ambiente não se resume apenas aos sinais diretos que o cérebro recebe de determinados estímulos” (PORTO, 2005, p.88).
Perspectiva emocional
A pessoa cega, muitas vezes, chega à fase adulta sem um “passado” de experiências, não apresentando as rotinas da vida cotidiana de acordo com a sua idade.
Seus conceitos básicos como esquema corporal, lateralidade, orientação espacial e temporal, são quase inexistentes e sua mobilidade difícil, o que poderá levar à baixa estima.
De acordo com estas colocações, pode-se entender o quanto a criança deficiente visual pode ser mal conduzida em seu desenvolvimento e aprendizagem, quando guiada pela insegurança, superproteção e, mesmo, desconhecimento das pessoas que a cercam.
A partir dos relatos, podemos evidenciar alguns pontos relativos à perspectiva afetiva, onde os entrevistados revelaram possuir uma grande carência, acarretando dificuldades para o equilíbrio emocional e a construção de sua personalidade. “Às vezes eu quero conversar com minha mãe e ela diz que não pode. Ela finge que não escuta. Então, foi aí que fui me fechando... me fechando” (Entrevistado 6).;“Como moro com minha sogra, eu tenho que agüentar muita coisa. Falam as coisas..., que eu não sei fazer comida na frente de todo mundo. Não deixam eu fazer absolutamente nada” ( Entrevistada 10). A maneira preconceituosa de categorizar e rotular a pessoa cega é mantida e alimentada pela ideologia do déficit, num círculo vicioso que se mantém nas exigências produtivas de uma “sociedade de consumo” que só reconhece o indivíduo na medida em que ele produz. Ao mesmo tempo, essa mesma sociedade legitima sua isolação e justifica a criação de instituições asilares. Incontáveis são as pessoas cegas, confinadas em si mesmas, temerosas de “enxergar” a vida com suas próprias mãos, estagnadas em seu desenvolvimento pelas demandas de uma certa dotação física: a visão.
Porém, existem aqueles que ousam desafiar as “leis”, ignorando supostas
“inaptidões” e mobilizam recursos no sentido de pleitear e tomar posse dos espaços conquistados. Não se pode negar que é através da interação que estabelece com o outro que o deficiente visual conquista um corpo seguro, ganhando confiança para a delimitação do espaço físico em que convive.
O desenvolvimento da auto-estima acarreta desafios que precisam ser enfrentados, pois a promoção da auto-estima passa pelo processo de desenvolvimento da aquisição de autonomia. “Ah, eu me sinto feliz. Antigamente eu nem saía de casa. Eu me sinto assim, que estou bem melhor. De fazer piscina. Aqui na Associação, a gente faz expressão corporal, eu me sinto muito bem”.(Entrevistada 5); “Eu sou uma pessoa de bastante alto astral.”(Entrevistada 10).
Normalmente, a auto-estima manifesta-se pela aceitação de si mesmo como pessoa e por sentimentos de valor pessoal e de autoconfiança, constituindo-se em fator determinante para o bem-estar psicológico e do funcionamento social. “No meu trabalho onde tem muita gente eu tenho que provar que eu tenho capacidade... não é porque eu não enxergo que eu vou querer que a pessoa me dá um trabalho com pena de mim, da minha cegueira”. (Entrevistado 10)
Muitos apresentam relatos de inibição quando se encontram entre outras pessoas.
“Na hora assim... que eu tenho que pegar um ônibus, tem que estar perguntando toda hora. As pessoas te ”olham” diferente...” (Entrevistado 2). “...Sinto medo quando como demais, de bater nas pessoas...entrar num lugar errado” (Entrevistado 3).
A vergonha é um sentimento que pode desencadear uma série de reações pessoais e sociais, havendo “remédios” que, no final, resumem-se a poucas medidas. Da vergonha, só nos livramos aceitando-nos com nossos defeitos, o que significa aceitar-se sem esconder as próprias faltas, falhas ou carências. A cura fica em torno de fortificar a auto-estima a ponto de nos permitir suportar o olhar do outro sem nos sentirmos na obrigação de dissimular o erro.
O medo é um sentimento que surge quando estamos diante de um perigo ou ameaça real a nossa integridade física ou psicológica. É uma emoção essencial, já que possui uma função protetora, pois prepara o corpo para enfrentar ou se esquivar do perigo. “ Eu tenho medo de ser assaltado, quando ando sozinho”(Entrevistado 7); “ Sinto medo de eu perder... algo que eu precise para sobreviver, por exemplo, a minha mãe”. (Entrevistado 9);
A aprendizagem, para lidar com os medos e dominar as preocupações e os receios é longa, exigindo que o indivíduo com deficiência visual “se sustente em seus próprios pés”.
Dessa forma, deverá enfrentar suas fantasias e testá-las inúmeras vezes para verificar o quanto são produtos de sua imaginação ou em que aspectos são relevantes, contendo sinais reais e objetivos de perigos dos quais eles de fato precisam se proteger.
As emoções não são e não podem ser vistas como obstáculos a serem evitados. Nas interações com o meio social e cultural criamos sistemas organizados de pensamentos, sentimentos e ações que mantêm entre si um complexo entrelaçado de relações. Assim como a organização de nossos pensamentos influencia nossos sentimentos, o sentir também configura nossa forma de pensar. A tristeza, por exemplo, pode ser originada da perda de algo ou de alguém de muito valor ou importância. Esta emoção pode ser potencializada se aquele que sofre de tristeza passa a acreditar que poderia ter feito algo para recuperar ou evitar a perda, mesmo que este algo a fazer seja na prática impossível de se concretizar, e independe da vontade do triste. A tristeza pode ser a conseqüência de emoções como insegurança, baixa auto-estima e desilusão.
Nos relatos transcritos, observamos que o sentimento de tristeza está presente no dia-a-dia do indivíduo cego, principalmente quando ele se sente “abandonado” pelos amigos, pelas pessoas de seu meio. “ O que me deixa triste é ser excluído” (Entrevistado
9); “Ah, me deixa triste o dia que não tenho meus amigos, que não me ligam...”
(Entrevistada 5).
A deficiência causa efeitos no desenvolvimento da personalidade e do processo de adaptação social do indivíduo. O sentido da deficiência na vida de uma pessoa é o produto do entrelaçamento de sua história pessoal com o meio social onde vive. Sobre o indivíduo considerado deficiente, recairá o estigma da “incapacidade”, da “invalidez”.
4. PALAVRAS FINAIS
As dificuldades encontradas pelas pessoas com deficiência visual relacionadas à sua percepção corporal, sua mobilidade e tudo que se relacione com suas ações são muitas.
Bem como poderia ser com a pessoa vidente. Porém, a falta de estimulação precoce, os obstáculos encontrados no seu dia-a-dia dificultando sua acessibilidade, a pouca oferta de espaços, para através do esporte e do lazer, desenvolver suas necessidades sócio-afetivas são maiores do que as demais pessoas. A carência dessas atividades pode levá-los a um processo desencadeador de severos comprometimentos relacionados à independência, segurança, aquisição e desenvolvimento de conceitos, integração com o meio e consigo mesmo, assumir ou concluir tarefas de conhecimento e satisfação pessoal.
Essas relações entre imagem corporal, aspectos motores e de bem estar psico-social são fundamentais para se compreender a complexidade do universo da imagem corporal, auxiliando na melhor compreensão do desenvolvimento desse fenômeno e dos parâmetros que determinam todo o julgamento de si. Além disso, pode-se levar a especulações sobre trabalhos no sentido de fazer com que haja uma maior aceitação de si por parte do indivíduo com deficiência visual.
Encontramos algo de profundo questionamento à sociedade, o meio em que vive este público. A influência do social no pessoal é um fator existencial pouco considerado numa sociedade individualista, mas determinante para se compreender as limitações e possibilidades do indivíduo cego. Ao analisar o contexto das pessoas com deficiência visual entrevistadas, não fica difícil perceber que estes indivíduos, carentes do sentido da visão, não têm as mesmas condições e oportunidades de viver plenamente sem estímulos.
Ao fazer parte de uma sociedade, o ser humano quer ter direitos e deveres, para ter a oportunidade de participar de modo efetivo do seu processo de construção, estabelecendo relações de troca, como qualquer outro.
Através de atividades específicas e sua total interação com o meio, pessoas com deficiência visual poderão ter mais oportunidades de conquistar seu espaço como cidadãos, independente de sua deficiência. A afirmação da individualidade e o desenvolvimento de uma identidade positiva dependem fortemente disto, contribuindo significativamente para uma vida plena desses indivíduos.
REFERÊNCIAS
BRIKMAN, L. A Linguagem do Movimento Corporal. Trad. Beatriz A. Cannabrava.
São Paulo: Summus, 1989.
DIEHL, Rosilene Moraes. Jogando com as Diferenças. Jogos para Crianças e Jovens com Deficiência. São Paulo: Phorte, 2006.
GALLAHUE, David L., OZMUN, John C. Compreendendo o Desenvolvimento Motor: Bebês, Crianças, Adolescentes e Adultos. Trad. Maria Aparecida da Silva P. Araújo. São
Paulo: Phorte, 2003.
GANDARA, Mari. A Expressão Corporal do Deficiente Visual. Campinas: Gandara,
1992.
PORTO, E. A Corporeidade do Cego. Novos Olhares. Porto Alegre: Mennon,2005.
SAÚDE, Educação e Prevenção, Coleção. Psicologia para Leigo. Porto Alegre:
Conceito, 2001.
SCHILDER, P.A. Imagen do corpo: as energias construtivas da psique . São Paulo:
Martins Fontes, 1999.
TAVARES, M.C.C. Imagem Corporal: Conceito e Desenvolvimento. São Paulo:
Manole, 2003.
Ms. Rosilene Moraes Diehl – professora do Centro Universitário UNILASALLE, Canoas,
RS
Paulo Peixoto – Acadêmico do Centro Universitário UNILASALLE, Canoas, RS
rosilenediehl@hotmail.com
Av. Mariland, 1471 Porto Alegre, RS CEP 90440 – 191



DISPONÍVEL EM: http://www.cbce.org.br/cd/resumos/255.pdf

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Personalidades com Deficiência Visual

Inúmeros homens e mulheres de séculos passados conseguiram a proeza de eternizar seus nomes na História.


Andrea Bocelli , cantor
Anisis, faraó da IV Dinastia Antonio de Cabezón, músico
Ápio Cláudio, cônsul romano
Bertha Galeron de Calonne
Bispo Hincmar, religioso
Cesar Torres Coronel
Demócrito, filósofo
Dídimo, diretor Escola de Alexandria
Dorina Nowill, presidente de fundação
Dorothea Lange
Enrico Dandolo, doge de Veneza
Eveno, advinho grego
Fineu, rei da Tracia
Galileu Galilei, cientista
Helen Keller, escritora
Henry Fawcett, economista e político
Homero, poeta épico grego
Isaac, patriarca hebreu
Jacques Nicholas Thierry, cientista
Joaquin Rodrigo, compositor espanhol
John Metcalf
John Milton, poeta inglês John Wesley PowellJorge Luis Borges, poeta José Feliciano
Katia, cantora
Leonard C. Dowdy
Leonhard Euler, cientista
Licurgo, Rei da Tracia
Louis Braille
Luis III, Rei da Provença e da Itália
Marie Therese Von Paradis, pianista
Marla Runyan, corredora olímpica
Nicholas Saunderson, Matemático e cientista
Olga Ivanovna Skorojodova, psicóloga
Ragnhild Kaata
Ray Charles, cantor
Robert J. Smithdas
Ronnie Milsap
Santo Herveu
Stevie Wonder, cantor
Thomas Blacklock, poeta
Tiresias, sábio grego
Tobias, personagem bíblico
Tom Wiggins, pianista
Valise Amadescu
William Hickling Prescott, historiador

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Educação e Reabilitação de Deficientes Visuais

Na educação da criança cega ou portadora de visão subnormal, cabe ressaltar a importância da Atividade de Vida Diária - AVD, cujo objetivo é proporcionar à criança condições para que, dentro de suas potencialidades, possa formar hábitos de auto-suficiência que lhe permitam participar ativamente do ambiente em que vive.
Ao nascer, a criança encontra-se num estado de dependência total, situação esta que, gradativamente, desaparece com seu crescimento e, já na fase pré-escolar, começa a alimentar-se, vestir-se, ir ao banheiro sozinha e escovar os dentes sem necessitar de ajuda ou apenas com ajuda parcial.
Em relação à criança cega ou portadora de visão subnormal, como isso ocorre? Como proporcionar-lhe a satisfação de necessidades tão fundamentais? Quais os anseios e dificuldades experimentados pelos pais em tais circunstâncias?
Na educação da criança cega ou de visão subnormal destacamos a Atividade de Vida Diária - AVD - como área específica de atendimento, por julgarmos indispensável ao seu ajustamento social.
Se os hábitos à mesa, a postura, a adequação para se vestir e a higiene pessoal são comportamentos adaptativos, há necessidade de um treinamento intensivo, porque a criança cega pode apresentar atitudes inadequadas em algumas dessas situações. Sem dúvida, ela, no espaço maior ou menor de tempo, acabará por realizar as mesmas tarefas que as de visão normal, tomando-se em conta, é claro, as diferenças individuais e a restrita capacidade de imitação de quem não vê. Muitos pais, diante das dificuldades de seus filhos, tornam-se superprotetores e, assim, impedem a criança de vivenciar experiências que contribuirão para sua autonomia.
É de grande importância a realização de um trabalho com os pais, paralelamente ao que é feito com seus filhos, através de encontros e/ou reuniões, oportunizando-lhes a prática das Atividades de Vida Diária, com eles desenvolvidas na escola. Enquanto professora nesta área, fiz com que os pais vivenciassem uma atividade de vida diária de olhos vendados, explicando-lhes sempre que tal circunstância não era, nem pretendia ser, representativa da cegueira, a fim de evitar que, pela associação desta com a escuridão total, desenvolvessem ou aumentassem o sentimento de piedade por seus próprios filhos.
A experiência foi proveitosa, pois eles sentiram e perceberam algumas dificuldades, medos e inseguranças de seus filhos cegos ou de visão subnormal e, assim, encontraram a melhor maneira de ajudá-los e orientá-los em casa, nunca impedindo de realizarem algumas atividades aparentemente perigosas para quem enxerga mas, ao contrário, motivando-os sempre, contribuindo assim, cada vez mais, para sua independência e conscientizando-se de que, também, são elementos importantíssimos no processo de aprendizagem de seus filhos.

E a situação do indivíduo portador de deficiência visual adquirida na idade adulta?
Por vezes, a perda da visão é gradativa, dando condições a que o indivíduo, aos poucos, processe a sua readaptação. No entanto, não são raros os casos de cegueira súbita, por acidentes ou etiologias diversas. Como tais pessoas nada sabem sobre a cegueira, não compreendem como possam continuar a viver no mundo que eles aprenderam a construir e entender através dos olhos. A reabilitação dessas pessoas é um desafio para elas, familiares e educadores, no sentido do ajustamento à sua nova condição de vida, visando minimizar os efeitos psico-sociais causados pela perda visual.

Por Elizabeth Ferreira de Jesusprofessora e coordenadora do Programa Educacional Alternativo - PREA- do Instituto Benjamin Constant.

Deficiência visual e transplante

A deficiência visual concentra o maior número de portadores de necessidades especiais no Brasil e o último levantamento do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) mostra que 60% dos casos de cegueira poderiam ser evitados e 20% revertidos.
Os especialistas do Hospital Oftalmológico de Brasília (HOB) alertam sobre a necessidade de prevenir a perda de visão, causada especialmente pela
catarata - cegueira reversível -,
glaucoma - cegueira irreversível
retinopatia diabética - cegueira prevenível

Maior causa de cegueira reversível, a catarata responde por 48% dos casos de perda de visão no mundo. Caracteriza-se pela opacificação do cristalino, lente natural do olho que focaliza a luz conduzida até a retina para formar as imagens. O olho jovem permite este foco nítido. Com o passar dos anos, próximo dos 60, a luz já não chega tão clara e a visão fica borrada em conseqüência da opacificação do cristalino que se torna amarelado. Este fenômeno é a catarata e faz com que os raios de luz se espalhem e alterem as zonas de foco.
O tratamento existente é a cirurgia de remoção do cristalino e sua substituição por uma lente artificial. Após a cirurgia, a visão é restabelecida.
O TRANSPLANTE é indicado quando ocorre uma perda da transparência da CORNÉA. Apenas as pessoas que perderam a VISÃO por lesão da CÓRNEA podem beneficiar-se do transplante

Educação e Tecnologia Assistivas

Uma boa dose de criatividade por parte dos professores pode fazer com que soluções simples facilitem o aprendizado do aluno. Exemplos? A fita adesiva que fixa o papel na carteira, para que o aluno com deficiência motora possa escrever sem que a folha escorregue, um jogo da memória feito com relevo para os alunos cegos ou softwares que lêem em voz alta o que está escrito na tela. Tudo isso pode ser chamado de tecnologia assistiva, ou seja, toda e qualquer ferramenta ou recurso utilizado com a finalidade de proporcionar maior independência, autonomia, qualidade de vida e inclusão social da pessoa com deficiência.
O Censo Escolar 2006, realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), contabilizou 375.488 matrículas de alunos com deficiência na Educação Básica e um crescimento de 76,4% no atendimento em classes comuns. Isso indica que a educação inclusiva no Brasil vem se ampliando. Do total de matrícula, 17,6% correspondem à Educação Infantil, 65,4% ao Ensino Fundamental, 1,7% ao Ensino Médio e 15,3% à Educação de Jovens e Adultos e Educação Profissional. Os dados também mostram que o acesso ao Ensino Superior ainda é um privilégio de poucas pessoas com deficiência. Há cerca de 5.392 matrículas, sendo que 1.665 correspondem aos alunos com deficiência visual. É bom lembrar que a maior parte se concentra nas instituições privadas.

Rede de informações

A Rede Saci é uma rede de informações sobre deficiência que promove discussão, bate-papo, publica artigos e divulga materiais de acessibilidade. O site da Rede também auxilia professores a trabalharem com a inclusão de alunos. As principais ferramentas de atuação da Rede são a internet e os Centros de Informação e Convivência (CICs), situados nas cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Uberlândia. Educadora e coordenadora da Rede Saci, Ana Maria Barbosa conta que o Observatório de Educação Inclusiva representa um espaço democrático em que professores, família, alunos e pais se reúnem para trocar experiências sobre inclusão.
Os resultados desses encontros foram sistematizados em uma espécie de cartilha voltada para o professor. O livro, editado pela Imprensa Oficial de São Paulo, chama-se "Educação Inclusiva: o que o professor tem a ver com isso" e pode ser baixado no site www.saci.org.br gratuitamente. A Rede Saci pretende dar continuidade ao livro produzindo outros volumes específicos por faixa etária dos alunos. "Essa é uma das contribuições que queremos oferecer à capacitação dos professores", adianta Ana Maria.

Dicas de livros para professores disponíveis na Rede Saci.
Acessibilidade. Brasília: Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, Corde, 2005.
Educação inclusiva: o que o professor tem a ver com isso? Rede Saci, 2006.
MITTLER, Peter. Educação Inclusiva - contextos sociais. Artmed Editora, 2003.
AMARAL, Lígia Assumpção. Pensar a diferença/deficiência. Rede Saci.

Sites sobre educação e deficiência

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Espaço Escolar

Lembramos que a configuração do espaço físico não é percebida de forma imediata por alunos cegos, tal como ocorre com os que enxergam. Por isso, é necessário possibilitar o conhecimento e o reconhecimento do espaço físico e da disposição do mobiliário. A coleta de informações se dará de forma processual e analítica através da exploração do espaço concreto da sala de aula e do trajeto rotineiro dos alunos: entrada da escola, pátio, cantina, banheiros, biblioteca, secretaria, sala dos professores e da diretoria, escadas, obstáculos.
As portas devem ficar completamente abertas ou fechadas para evitar imprevistos desagradáveis ou acidentes. O mobiliário deve ser estável e qualquer alteração deve ser avisada. Convém reservar um espaço na sala de aula com mobiliário adequado para a disposição dos instrumentos utilizados por esses alunos que devem incumbir-se da ordem e organização do material para assimilar pontos de referência úteis para eles.

Falta de visão


A criança que enxerga estabelece uma comunicação visual com o mundo exterior desde os primeiros meses de vida porque é estimulada a olhar para tudo o que está à sua volta, sendo possível acompanhar o movimento das pessoas e dos objetos sem sair do lugar. A visão reina soberana na hierarquia dos sentidos e ocupa uma posição proeminente no que se refere à percepção e integração de formas, contornos, tamanhos, cores e imagens que estruturam a composição de uma paisagem ou de um ambiente. É o elo de ligação que integra os outros sentidos, permite associar som e imagem, imitar um gesto ou comportamento e exercer uma atividade exploratória circunscrita a um espaço delimitado.
A cegueira é uma alteração grave ou total de uma ou mais das funções elementares da visão que afeta de modo irremediável a capacidade de perceber cor, tamanho, distância, forma, posição ou movimento em um campo mais ou menos abrangente. Pode ocorrer desde o nascimento (cegueira congênita), ou posteriormente (cegueira adventícia, usualmente conhecida como adquirida) em decorrência de causas orgânicas ou acidentais.
Em alguns casos, a cegueira pode associar-se à perda da audição (surdocegueira) ou a outras deficiências.
Muitas vezes, a perda da visão ocasiona a extirpação do globo ocular e a conseqüente necessidade de uso
de próteses oculares em um dos olhos ou em ambos.
Se a falta da visão afetar apenas um dos olhos (visão monocular), o outro assumirá as funções visuais
sem causar transtornos significativos no que diz respeito ao uso satisfatório e eficiente da visão.
Os sentidos têm as mesmas características e potencialidades para todas as pessoas. As informações tátil, auditiva, sinestésica e olfativa são mais desenvolvidas pelas pessoas cegas porque elas recorrem a esses sentidos com mais freqüência para decodificar e guardar na memória as informações.
Sem a visão, os outros sentidos passam a receber a informação de forma intermitente, fugidia e fragmentária.
O desenvolvimento aguçado da audição, do tato, do olfato e do paladar é resultante da ativação contínua desses sentidos por força da necessidade.
Portanto, não é um fenômeno extraordinário ou um efeito compensatório. Os sentidos remanescentes
funcionam de forma complementar e não isolada.
A audição desempenha um papel relevante na seleção e codificação dos sons que são significativos e úteis. A habilidade de atribuir significado a um som sem perceber visualmente a sua origem é difícil e complexa.
A experiência tátil não se limita ao uso das mãos. O olfato e o paladar funcionam conjuntamente e são coadjuvantes indispensáveis.
O sistema háptico é o tato ativo, constituído por componentes cutâneos e sinestésicos, através dos quais impressões, sensações e vibrações detectadas pelo indivíduo são interpretadas pelo cérebro e constituem fontes valiosas de informação. As retas, as curvas, o volume, a rugosidade, a textura, a densidade, as oscilações térmicas e dolorosas, entre outras, são propriedades que geram sensações
táteis e imagens mentais importantes para a comunicação, a estética, a formação de conceitos e de representações mentais.
Uma demonstração surpreendente da capacidade de coleta e do processamento de informações pela via do tato é o tadoma, mecanismo de comunicação utilizado por pessoas surdocegas.
Trata-se de uma comunicação eminentemente tátil que permite entender a fala de uma pessoa, ao perceber as vibrações e os movimentos articulatórios dos lábios e maxilares com a mão sobre a face do interlocutor.
Cada pessoa desenvolve processos particulares de codificação que formam imagens mentais. A habilidade para compreender, interpretar e assimilar a informação será ampliada de acordo com a pluralidade das experiências, a variedade e qualidade do material, a clareza, a simplicidade e a forma como o comportamento exploratório é estimulado e desenvolvido.

Classificações da deficiência visual: compreendendo conceitos esportivos,educacionais,médicos e legais.

Introdução

Há várias classificações para a deficiência visual, que variam conforme as limitações e os fins que se destinam. Para Munster e Almeida (2005) elas surgem para que as desvantagens decorrentes da visão funcional de cada indivíduo sejam minimizadas, pois apesar das pessoas com deficiência visual possuírem em comum o comprometimento do órgão da visão, as alterações estruturais e anatômicas promovem modificações que resultam em níveis diferenciados nas funções visuais, que interferem de forma diferenciada no desempenho de cada indivíduo.

Para que possa ocorrer um bom entendimento das classificações da deficiência visual faz-se necessário o entendimento das funções visuais, ocorrendo uma maior compreensão do funcionamento visual dos alunos, que abrange a acuidade visual (capacidade de distinguir detalhes, dada pela relação entre o tamanho do objeto e a distância onde está situado), a binocularidade (é a capacidade de fusão da imagem proveniente de ambos os olhos em convergência ideal, o que proporciona a noção de profundidade), o campo visual (é avaliado a partir da fixação do olhar, quando é determinada a área circundante visível ao mesmo tempo), a visão de cores (capacidade para distinguir diferentes tons e nuances das cores), a sensibilidade à luz (capacidade de adaptação frente aos diferentes níveis de luminosidade do ambiente) e a sensibilidade ao contraste (habilidade para discernir pequenas diferenças na luminosidade de superfícies adjacentes) (MUSTER e ALMEIDA, 2005).

Desta maneira as classificações são definidas sob os aspectos: Legais, Médicos, Educacionais e Esportivos, sendo que irão ser conceituados de maneira mais detalhada o Educacional e o Esportivo, pois são os que mais se aproximam do contexto do trabalho. Conheceremos a seguir alguns fatores que podem gerar a deficiência visual.


Classificação legal

Esta classificação permite à pessoa o direito aos atendimentos previstos pela lei, e obtenção dos recursos junto à previdência social, estabelecendo o exercício da cidadania, variando de acordo com a Constituição de cada país.

Abaixo seguem as leis federais que surgiram no segmento da Constituição de 1988, a chamada Constituição Cidadã, que estabeleceu uma condição de igualdade entre as pessoas, de acordo com as características de cada um, e como tal, as pessoas com deficiência, o pleno exercício da cidadania e da integração social. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO DESPORTO PARA CEGOS, 2003).

Leis no âmbito do desporto 10.264 (Lei Piva) e 9.615 (lei Pelé), de 16 de julho de 2001.

A lei 10.264, conhecida como Lei Piva foi sancionada pelo Ex-Presidente da República Fernando Henrique Cardoso, estabelecendo que 2% da arrecadação bruta das loterias federais do País sejam repassados ao Comitê Olímpico Brasileiro (85%) e Comitê Paraolímpico Brasileiro (15%).

Lei Nº 7.853, de 24 de Outubro de 1989.

Dispõe sobre o apoio às pessoas com deficiência, sua integração social, sobre a Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência - Corde. Institui a tutela jurisdicional de interesses coletivos ou difusos dessas pessoas, disciplina a atuação do Ministério Público, define crimes, e dá outras providências.

Lei Nº 9.394, de 20 de Dezembro de 1996.

Estabelece as diretrizes e bases da Educação Nacional.


Classificação médica

Segundo o texto da ACSM (American College of Sports Medicine) (1997) citado por Fugita (2002) a cegueira pode ser definida como:

  • Cegueira por acuidade: significa possuir visão de 20/200 pés ou inferior, com a melhor correção (uso de óculos). É a habilidade de ver em 20 pés ou 6,096 metros, o que o olho normal vê em 200 pés ou 60,96 metros (ou seja, 1/10 ou menos que a visão normal), onde 1pé = 30,48 cm.

  • Cegueira por campo visual: significa ter um campo visual menor do que 10° de visão central - ter uma visão de túnel.

  • Cegueira total ou "não percepção de luz": é a ausência de percepção visual ou a inabilidade de reconhecer uma luz intensa exposta diretamente no olho.


Classificação educacional

Para Kirk e Gallagher (1991) a classificação é baseada em um padrão de eficiência visual, que é de certo modo abstrato. Sendo utilizado, cada vez mais, uma definição funcional que enfatiza os efeitos da limitação visual sobre a habilidade crítica da leitura.

O instrumento padrão usual é a Escala de Snellen, que consistem em fileiras de letras de tamanhos decrescentes que devem ser lidas a uma distância de 20 pés. Os escores são baseados na exatidão com que a pessoa com deficiência visual foi capaz de identificar as fileiras de letras utilizando um olho de cada vez. Pessoa Cega: é aquela que possui perda total ou resíduo mínimo de visão, necessitando do método Braille como meio de leitura e escrita e/ou outros métodos, recursos didáticos e equipamentos especiais para o processo ensino-aprendizagem. Pessoa com baixa visão: é aquela que possui resíduos visuais em grau que permitam ler textos impressos à tinta, desde que se empreguem recursos didáticos e equipamentos especiais, excluindo as deficiências facilmente corrigidas pelo uso adequado de lentes (BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto, 1993).


Classificação esportiva

A classificação esportiva é utilizada nas competições e está especificada da seguinte forma de acordo International Blind Sport Association (2005):

  • B1: Ausência total da percepção da luz em ambos os olhos, ou alguma percepção da luz, mas com incapacidade para reconhecer a forma de uma mão em qualquer distância ou sentido.

  • B2: Da habilidade de reconhecer a forma de uma mão até uma acuidade visual de 2/60 metros e/ou um campo visual inferior a 5º de amplitude.

  • B3: Desde uma acuidade visual superior a 2/60 metros até 6/60 metros e/ou um campo visual de mais de 5º e menos de 20º de amplitude.

Todas as classificações devem ser feitas medindo o melhor olho e a correção mais elevada possível. Isto significa que todos os atletas que usam lentes de contato ou vidros devem corrigir normalmente durante a classificação, se pretenderem ou não as usar durante a competição. A letra "B" refere-se ao tremo blind, que significa cego, segundo a International Blind Sport Association (2005).

São as classificações que permitem a elaboração de programas de atividades baseando-se nas características individuais dos alunos, isso vai resultar em um melhor aproveitamento por parte dos mesmos, permitindo a construção do seu desenvolvimento global.


Conclusões

Os conceitos apresentados servem como elementos para a fundamentação teórica para a elaboração de programas esportivos, sendo que a designação conceitual a ser utilizada dependerá dos interesses dos elaboradores ou proponentes da projeto, ou seja, atendendo aos fins a que se designa o mesmo.

Artigo de oftalmologista

Cegueira PDF Imprimir E-mail

Uma delimitação de deficientes visuais, cegos e portadores de visão subnormal, se dá por duas escalas oftalmológicas: acuidade visual, aquilo que se enxerga a determinada distância e campo visual, a amplitude da área alcançada pela visão.

Em 1966 a Organização Mundial de Saúde (OMS) registrou 66 diferentes definições de cegueira, utilizadas para fins estatísticos em diversos países. Para sintetizar, um grupo de estudos sobre a Prevenção da Cegueira da OMS, em 1972, propôs normas para a definição de cegueira e para uniformizar as anotações dos valores de acuidade visual com finalidades estatísticas.

No entanto, pode-se observar, de imediato, que a quantificação médica das variações na acuidade visual é um tanto vaga para o leigo, já que a limitação visual se apresenta de forma bem variada. Diferente do que podemos imaginar, o termo cegueira é relativo, pois reúne indivíduos com diversos graus de visão residual e abrange vários tipos de deficiência visual grave. Isso não significa, obrigatoriamente, total incapacidade para ver e sim prejuízo dessa aptidão a níveis incapacitantes para o exercício de tarefas do dia-a-dia.

Considera-se portador de cegueira aquele cuja visão do melhor olho, após a melhor correção óptica ou cirúrgica, varia de zero a um décimo (escala optométrica de Snellen), ou quando tem o campo visual reduzido a um ângulo menor que 20 graus. Para entender-se melhor o que significa um décimo de acuidade visual, podemos esclarecer isso dizendo que o indivíduo portador dessa limitação enxerga apenas a uma distância de 20m.

Existe a cegueira parcial (conhecida como legal, econômica ou profissional) e nessa categoria estão os indivíduos apenas capazes de contar dedos a pouca distância e os que só vêem vultos. Próximos da cegueira total estão os indivíduos que só têm percepção e projeção de luminosidade. No primeiro caso, há apenas a distinção entre claro e escuro e no segundo (projeção) o indivíduo é capaz de identificar a direção de onde vem a luz.
A cegueira total (amaurose) pressupõe completa perda de visão. A visão é totalmente nula, ou seja, nem a percepção luminosa está presente e em oftalmologia isso significa visão zero.

Uma pessoa é considerada cega se corresponde a um dos critérios técnicos a seguir: visão corrigida do melhor dos seus olhos é de 20/200 ou menos, isto é, se pode ver a 6m, o que uma pessoa de visão normal pode ver a 60 metros.

Os indivíduos podem ter cegueira de nascença ou adquirida ao longo da vida. É freqüente imaginar que toda pessoa portadora de cegueira nasceu com tal problema visual, porém muitos são os casos de pessoas que adquiriram a cegueira. Eis aí uma diferença que se observa para habilidades dos portadores de cegueira.

Causas

Em geral, as causas mais freqüentes que levam à cegueira infantil são glaucoma congênito, a retinopatia da prematuridade, a rubéola, a catarata congênita, a toxoplasmose congênita, a hipovitaminose A, a oncocercose, o sarampo e o tracoma. A OMS recomenda tratamentos precoces de várias doenças oculares, as quais são preveníveis ou tratáveis com a devida intervenção oftalmológica.

Em adultos especialmente são outros fatores que podem causar a cegueira, cada um deles, com suas implicações psicológicas e emocionais. Entre os mais freqüentes estão a catarata, diabetes, descolamento de retina, glaucoma, retinopatias e causas acidentais entre outras.

Tratamento

O portador de cegueira, que cresce naturalmente nessa condição, não costuma experimentar tanto sentimento de perda, mas encontra dificuldade natural para compreensão dos conceitos visuais, principalmente num mundo em que a visualização é um importante veículo de aquisição do conhecimento.

Por outro lado, quem adquire a cegueira depois de já ter enxergado, provavelmente já contará com alguma compreensão das noções baseadas nesse mundo visual, porém terá de elaborar o sentimento de perda de tudo o que lhe proporcionava a visão. É, em geral, difícil enfrentar o processo de perda e adaptação à nova condição, o que redunda em outra relação com o sentido da visão assim como a percepção com o mundo.
Dessa forma, cada indivíduo pode apresentar maior ou menor facilidade para lidar com as perdas em sua vida. Além disso, existem inúmeras nuances a serem observadas com relação à perda da visão, que influenciarão diretamente na absorção e na aceitação da nova condição. A fase em que ocorreu a perda, se na infância, na adolescência ou na fase adulta ou mesmo na terceira idade; a forma em que se operou tal mudança, se através de uma manifestação progressiva, se por um acometimento mais rápido, ou mesmo como resultado de um trauma ou acidente, é que desencadeará as diferentes reações.

São recomendados trabalhos de educação especial para quem tem diferentes problemas com deficiência visual. Pedagogicamente, o cego é aquele que, mesmo possuindo visão subnormal, necessita de conhecimento da escrita Braille (sistema de escrita por pontos em relevo) e como portador de visão subnormal aquele que lê tipos impressos ampliados ou com o auxílio de potentes recursos ópticos.

Além disso, vários outros recursos podem ser colocados em prática para a inserção ou reinserção de indivíduos com deficiência visual. São trabalhos que dependem de conhecimento específico e sobretudo de profissionais habilitados e especializados em cegueira.

Outros recursos adicionais que podem auxiliar cegos são: Reglet - prancheta perfurada, na qual, se escreve em Braille, com o auxílio do punção, objeto usado para produzir o relevo no papel; bengala - bastão metálico ou de madeira, utilizado pela pessoa portadora de cegueira para sua locomoção, que através de um movimento de varredura, acusa obstáculos geralmente um ou dois passos a sua frente; sorobã - instrumento que possibilita a operação de cálculos matemáticos, desenvolvido a partir do ábaco e de origem oriental; livros gravados ou falados - recurso largamente difundido a partir da popularização dos gravadores portáteis, que viabiliza à pessoa portadora de cegueira o acesso ao conteúdo de livros impressos em tinta e gravados em cds, por voluntários, chamados ledores entre outros.

Obesidade e cegueira total.

Obesidade duplica risco de cegueira total

Um relatório divulgado por médicos do britânico Royal National Institute for the Blind (Instituto Nacional Real para os Cegos) afirma que pessoas obesas têm o dobro de chances de se tornarem completamente cegas.

A pesquisa diz que milhares de pessoas estão perdendo a visão a cada ano, devido à alimentação pouco saudável, ao uso de cigarros ou à falta de exercícios físicos.

Com as artérias cheias de gordura, vitaminas que previnem danos contra as células do corpo não conseguem chegar aos olhos em quantidades suficientes, prejudicando a visão. Os danos causados à retina podem ser irreversíveis.

"Quanto mais cedo você se preocupar em ter um peso saudável e uma dieta adequada, maiores serão as chances de você proteger sua visão, que é algo precioso", diz o diretor de políticas da Royal National Institute for the Blind, Steve Winyard.

"Nove entre dez pessoas dizem que a visão é o sentido que elas mais temem perder."

O relatório divulgado pelos oftalmologistas chama atenção para o risco que pessoas obesas têm de desenvolver diabetes, outra doença que causa problemas à visão.

A maioria dos tratamentos disponíveis hoje para recuperar a visão só funcionam se os problemas nos olhos são detectados cedo.

Comunicação e relacionamento

A falta da visão desperta curiosidade, interesse, inquietações e não raro, provoca grande impacto no ambiente escolar. Costuma ser abordada de forma pouco natural e pouco espontânea porque
os professores não sabem como proceder em relação aos alunos cegos. Eles manifestam dificuldade de aproximação e de comunicação, não sabem o que fazer e como fazer. Nesse caso, torna-se necessário quebrar o tabu, dissipar os fantasmas, explicitar o conflito e dialogar com a situação. Somente assim será possível assimilar novas atitudes, procedimentos e posturas.
Os educadores devem estabelecer um relacionamento aberto e cordial com a família dos alunos para conhecer melhor suas necessidades, hábitos e comportamentos. Devem conversar naturalmente e esclarecer dúvidas ou responder perguntas dos colegas na sala de aula. Todos precisam criar o hábito de evitar a comunicação gestual e visual na interação com esses alunos. É recomendável também evitar a fragilização ou a superproteção e combater atitudes discriminatórias.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

SOROBAN


O Soroban foi trazido ao Brasil por imigrantes japoneses no começo do século XX. Originalmente Kambei Moori leva para o Japão o Suan Pan (ábaco chinês) e um pequeno manual, iniciando os seus estudos sozinho com este instrumento. Em 1622 publica o seu primeiro livro "Embrião do Soroban".No Brasil, em 1949, Joaquim Lima de Moraes, adapta o Soroban para uso de cegos, após aprender a técnica ensinada por imigrantes japoneses, abrasileirando o termo para Sorobã.Então temos dois modelos no Brasil:o - Soroban: para videntes (como chamamos os dotados de visão);o - Sorobã: o mesmo, mas adaptado para deficientes visuais.Ambos podem ser utilizados, e os cálculos são praticamente realizados de forma igual nos dois modelos. A manipulação no Soroban é mais rápida pois as contas correm livremente, diferentemente do Sorobã, onde as mesmas são presas, mas ambos geram uma aptdão em comum: o cálculo mental.

A PORTARIA Nº 1.010 DE 10 DE MAIO DE 2006 "INSTITUI O SOROBAN COMO UM RECURSO EDUCATIVO ESPECÍFICO IMPRESCINDÍVEL PARA A EXECUÇÃO DE CÁLCULOS MATEMÁTICOS POR ALUNOS COM DEFICIÊNCIA".

DOSVOX


O sistema operacional DOSVOX permite que pessoas cegas utilizem um microcomputador comum (PC) para desempenhar uma série de tarefas, adquirindo assim um nível alto de independência no estudo e no trabalho.
O DOSVOX é um sistema para microcomputadores da linha PC que se comunica com o usuário através de síntese de voz, viabilizando, deste modo, o uso de computadores por deficientes visuais, que adquirem assim, um alto grau de independência no estudo e no trabalho.
O sistema realiza a comunicação com o deficiente visual através de síntese de voz em Português, sendo que a síntese de textos pode ser configurada para outros idiomas.
O que diferencia o DOSVOX de outros sistemas voltados para uso por deficientes visuais é que no DOSVOX, a comunicação homem-máquina é muito mais simples, e leva em conta as especificidades e limitações dessas pessoas. Ao invés de simplesmente ler o que está escrito na tela, o DOSVOX estabelece um diálogo amigável, através de programas específicos e interfaces adaptativas. Isso o torna insuperável em qualidade e facilidade de uso para os usuários que vêm no computador um meio de comunicação e acesso que deve ser o mais confortável e amigável possível.
Grande parte das mensagens sonoras emitidas pelo DOSVOX é feita em voz humana gravada. Isso significa que ele é um sistema com baixo índice de estresse para o usuário, mesmo com uso prolongado.
Ele é compatível com a maior parte dos sintetizadores de voz existentes pois usa a interface padronizada SAPI do Windows. Isso garante que o usuário pode adquirir no mercado os sistemas de síntese de fala mais modernos e mais próximos à voz humana, os quais emprestarão ao DOSVOX uma excelente qualidade de leitura.
O DOSVOX também convive bem com outros programas de acesso para deficientes visuais (como Virtual Vision, Jaws, Window Bridge, Window-Eyes, ampliadores de tela, etc) que porventura estejam instalados na máquina do usuário.

MAQUINA BRAILLE


Máquina Braille serve, também, para a escrita em Braille. Sua escrita é como em uma máquina de datilografia comum; à medida que você vai escrevendo já é possível visualizar as letras na folha.Se por acaso houver um erro na letra é só apagar com a ponta do dedo ou com a unha; os pontinhos em relevo desaparecem com a pressão da ponta dos dedos.

PUNÇÃO



É com o punção que se faz os "furinhos" na escrita Braille dentro de cada cela. A escrita com a Reglete deve ser da direita para a esquerda, ou seja, o contrário da escrita convencional em tinta, de forma espelhada. Para fazer a leitura o deficiente visual, deverá virar a folha, onde estarão os pontos em relevo e, aí sim, fará a leitura da esquerda para a direita, como na leitura convencional em tinta.Este punção recebe o nome de anatômico, pois pelo seu formato ele se molda ao formato dos dedos; existe também o punção convencional que tem a base arredondada.

REGLETE


Para a escrita em Braille o Deficiente Visual utiliza a Reglete: uma régua metálica com várias "janelinhas" que recebe o nome de CELAS e que é utilizada sobre uma pancha de madeira, com orifícios laterais onde pode ser encaixada a reglete.Esta Reglete é de mesa, mas existem também regletes de bolso, onde não há necessidade da prancha para encaixe.

Alfabeto Braille


O Braille é composto por 6 pontos, que são agrupados em duas filas verticais com três pontos em cada fila (cela Braille). A combinação desses pontos forma 63 caracteres que simbolizam as letras do alfabeto convencional e suas variações como os acentos, a pontuação, os números, os símbolos matemáticos e químicos e até as notas musicais. Para os cegos poderem ler números ou partituras musicais, por exemplo, basta que se acrescente antes do sinal de 6 pontos um sinal de número ou de música.

Todo dia 04 de janeiro comemora-se o dia do "Sistema Braille




..."A primeira tarefa da Educação é ensinar a ver"


..."As palavras só tem sentido se nos ajudam a ver um mundo melhor"... (Rubem Alves)



..."Há muitas pessoas de visão perfeita que nada vêem"


..."O ato de ver não é coisa natural. Precisa ser aprendido" (Rubem Alves)

Meios digitais de inclusão


Com o advento da era da informação e os modernos meios digitais, abrem-se novas possibilidades para a inclusão de pessoas com deficiência visual.
Os avanços da informática têm permitido um sem-número de realizações nesta área.
Através de leitores de tela com sintetizador de voz e os recursos que a internet apresenta, muitas pessoas com deficiência visual hoje têm acesso a novas maneiras de dar prosseguimento a seus estudos.
Há, todavia, aqueles que discordam da eficácia da internet como ferramenta,
argumentando que a informática e a internet ainda estão engatinhando em nosso país, e que os meios de acesso a estas tecnologias ainda são escassos, devido à extrema pobreza de boa parte da população.
A cada dia surgem novas tecnologias para a inclusão de pessoas
com deficiência visual e muitas destas iniciativas estão surgindo aqui mesmo, no Brasil. Não obstante, importa saber que algumas normas devem ser observadas para que se garanta o processo inclusivo, já que não se pode utilizar o meio digital sem critérios, o que não colaboraria em nada para os processos inclusivos. Algumas destas normas são:
• Opções para ampliação da imagem e modificação dos efeitos de contraste na tela. Isso pode ser obtido, por exemplo, com o uso de software que faça a ampliação e também com navegadores de uso geral que permitam a modificação no tamanho das fontes usadas no texto.
• Independência do uso do mouse como apontador, com um uso maior do teclado. Isso exige que a estrutura dos documentos seja analisada, sob o aspecto de como ocorre a seqüência de navegação pela mesma, quando se utilizam apenas os recursos do teclado.
• Uso de software para leitura de tela, ao qual está associado sintetizador de voz. Quanto aos documentos a serem consultados, utilizando-se sistemas de leitura de tela, é importante que seja verificada a estrutura dos documentos, sob o aspecto do agrupamento das informações e também sob a compreensão do significado dos elos, ou seja, o resultado que será obtido quando se escolha um caminho na navegação dentro dos hipertextos.
• Opção para o acesso sonoro à informação, seja ela texto, via arquivo em formato compatível com o sistema de leitura de tela em uso, ou imagem, por meio da utilização da transcrição das partes visuais dos documentos (fotos, desenhos, mapas etc.), em equivalentes textuais.
• Opções para o acesso à informação em Braille, seja na forma de texto impresso, seja por intermédio do periférico linha Braille.
A fim de regulamentar estas normas e preservar a boa qualidade dos serviços prestados a deficientes visuais na rede mundial, uma iniciativa muito oportuna surgida em terras brasileiras é o sítio Acessibilidade Brasil. Este sítio foi instituído por uma sociedade civil de interesse público e coloca à disposição o serviço “da Silva”, um software que analisa, on-line, quaisquer outros sítios da internet que se tenha interesse, apontando falhas de acessibilidade e indicando correções possíveis a fim de tornar a página melhor adaptada às necessidades dos deficientes visuais.

A escrita Braille e as audiotecas locais




A ferramenta de educação de cegos mais conhecida é a escrita Braille.
A escrita Braille foi criada na França, por Louis Braille, no século XIX, e, ainda que poucos o saibam, o Brasil foi um dos primeiros países a adotar o sistema, impulsionado pelo médico francês a serviço da corte brasileira, Dr. Xavier Sigaud, que, com o apoio de D. Pedro II, foi um dos fundadores e o primeiro presidente do Imperial Instituto dos Meninos Cegos, inaugurado no Rio de Janeiro em 17 de setembro de 1854, e que viria, mais tarde, a tornar-se o Instituto Benjamin Constant, referência nacional para a inclusão de pessoas com deficiência visual.
Atualmente, o Instituto Benjamin Constant é o principal editor de obras em Braille em nosso país. Apesar de ser uma ferramenta poderosa de inclusão, ela apresenta uma série de aspectos limitadores. Entre as maiores dificuldades está o fato de que as obras assim impressas são muito caras, pesadas e difíceis de manusear, além de estarem disponíveis em relativamente poucas cidades do Brasil. Outro fator limitador, é que necessita de pessoal especializado para seu ensino e nem todos os cegos sabem ler em Braille.
Uma forma alternativa de acesso à informação para cegos são as audiotecas locais. Uma audioteca é um espaço estruturado à semelhança de uma biblioteca que conta com fitas K7 ou CDs, gravados por voluntários, contendo leituras de obras literárias ou técnicas que tendem a auxiliar o processo inclusivo de pessoas com deficiência visual.
Com relação a estas audiotecas, encontramos mais uma vez o problema da localização.
Apesar do custo incomparavelmente mais baixo com relação à elaboração e manutenção das obras em braile, as audiotecas locais também atendem a um público reduzido e localizado já que as pessoas que delas necessitam têm que se deslocar até o local para efetuar o empréstimo da obra desejada, o que causa uma série de contratempos e, muitas vezes, impossibilidades.




quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Documentário - Uma luz do fim do tubo

Direção: Antonio Zanella
Sinopse
"Uma luz no fim do tubo" mostra a vida de Elias "Figue" Diel, 35 anos, que era uma promessa do surfe no final dos anos 80 e teve essa trajetória interrompida após um acidente de carro, aos 16 anos, que o deixou cego. No yoga buscou o desapego ao drama e há dois anos voltou a surfar impressionando todos. Imagens e depoimentos de amigos revelam a emoção de surfar junto com o “Figue” e a lição de vida que ele traz.
Evento: 17.º Gramado Cine Vídeo (2009)
Categoria: Universitário Brasileiro
Gênero: Vídeo Social
Mostra: Paralela
Tempo: 19:28 (mm:ss)

Documentário - Janela da Alma

gênero:Documentário
duração:01 hs 13 min
ano de lançamento:2002
estúdio:Ravina Filmes
distribuidora:Copacabana Filmes
direção: João Jardim , Walter Carvalho
roteiro:João Jardim
produção:Flávio R. Tambellini
música:José Miguel Wisnick
fotografia:Walter Carvalho
edição:Karen Harley e João Jardim
Sinopse: Dezenove pessoas com diferentes graus de deficiência visual, da miopia discreta à cegueira total, falam como se vêem, como vêem os outros e como percebem o mundo. O escritor e prêmio Nobel José Saramago, o músico Hermeto Paschoal, o cineasta Wim Wenders, o fotógrafo cego franco-esloveno Evgen Bavcar, o neurologista Oliver Sacks, a atriz Marieta Severo, o vereador cego Arnaldo Godoy, entre outros, fazem revelações pessoais e inesperadas sobre vários aspectos relativos à visão: o funcionamento fisiológico do olho, o uso de óculos e suas implicações sobre a personalidade, o significado de ver ou não ver em um mundo saturado de imagens e também a importância das emoções como elemento transformador da realidade ­ se é que ela é a mesma para todos.
elenco:
José Saramago
Wim Wenders
Hermeto Pascoal
Antônio Cícero
Paulo Cezar Lopes
Agnes VardaMarieta Severo
Eugen Bavcar
Hanna Shygulla
Carmella Gross
João Ubaldo Ribeiro
Walter Lima Jr.
Oliver Sacks
Manoel de Barros
Arnaldo Godoy
Madalena Godoy
Marjut Rimminen

Sugestão de filme - Ensaio sobre a cegueira

Ensaio sobre a cegueira é um romance do escritor português José Saramago, publicado em 1995 e traduzido para diversas línguas.
FILME: Ensaio sobre a Cegueira (Blindness)
Elenco: Julianne Moore, Danny Glover, Alice Braga, Mark Ruffalo, Gael García Bernal, Don McKellar, Maury Chaykin, Martha Burns.
Direção: Fernando Meirelles
Gênero: Drama
Duração: 120 min.
Distribuidora: Fox Filmes
Sinopse: O filme conta a história de uma inédita epidemia de cegueira, inexplicável, que se abate sobre uma cidade não identificada. Tal "cegueira branca" - assim chamada, pois as pessoas infectadas passam a ver apenas uma superfície leitosa - manifesta-se primeiramente em um homem no trânsito e, lentamente, espalha-se pelo país. Aos poucos, todos acabam cegos e reduzidos a meros seres lutando por suas necessidades básicas, expondo seus instintos primários. À medida que os afetados pela epidemia são colocados em quarentena e os serviços do Estado começam a falhar, a trama segue a mulher de um médico, a única pessoa que não é afetada pela doença.
O foco do filme, no entanto, não é desvendar a causa da doença ou sua cura, mas mostrar o desmoronar completo da sociedade que, perde tudo aquilo que considera civilizado. Ao mesmo tempo em que vemos o colapso da civilização, um grupo de internos tenta reencontrar a humanidade perdida. O brilho branco da cegueira ilumina as percepções das personagens principais, e a história torna-se não só um registro da sobrevivência física das multidões cegas, mas, também, dos seus mundos emocionais e da dignidade que tentam manter. Mais do que olhar, importa reparar no outro. Só dessa forma o homem se humaniza novamente.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Mais que abrir os olho, é preciso abrir a mente!

Trabalhar com o deficiente visual na escola não é uma tarefa fácil. É preciso, antes de tudo, quebrar preconceitos. Saber agir diante de uma pessoa que tem problemas de visão torna-se necessário, pois só assim é possível ajudar essa pessoa de fato.
O primeiro passo é estudar o assunto, descobrir meios facilitadores no processo educacional. Tanto para professores quanto para alunos. O projeto pedagógico também deve ser direcionado, respeitando os limites. É certo que não há instrumentos disponívieis, pessoas devidamente treinadas e materiais específicos. Apesar disso, sabe-se que há alguns programas de computador que podem ser usados como um ponto de apoio.
Uma outra forma que se pode usar para minimizar o problema é procurar mostrar para toda a comunidade, objetivando o entendimento das reais dificuldades enfrentadas por alguém que possui uma deficiência visual, os obstáculos que elas podem enfrentar no ambiente através de uma simulação da situação. Ex.: Vendar os olhos das pessoas para que elas andem pela escola, sentindo 'na pele' as dificuldades pelas quais um deficiente visual passa.
Estudar braille, que não é uma linguagem fácil, é uma outra saída, pois através dela é possível dar autonomia ao portador de deficiência visual. Sabe-se muito bem que não é fácil encontrar pessoal capacitado para tal tarefa, instrumentos de estudo, objetos facilitadores. Recursos tecnológicos existem, porém a grande maioria muito caro. Contudo, há empresas que já usam em seus rótulos a linguagem braille. Ainda engatilhamos, mas podemos fazer alguns avanços.
Trabalhar a educação pensando na diversidade existente, é trabalhar passando informações e aprendendo ao mesmo tempo. É uma forma de valorizar o indivíduo, respeitando-o e aprendendo a vivenciar a diversidade.

Cegueira

A cegueira é a falta do sentido da visão. A cegueira pode ser total ou parcial; existem vários tipos de cegueira dependendo do grau e tipo de perda de visão, como a visão reduzida, a cegueira parcial (de um olho) ou o daltonismo.

Tipos de cegueira
A cegueira classifica-se dependendo de onde se tenha produzido o dano que impede a visão. Este pode ser:

  • Nas estruturas transparentes do olho, como as cataratas e a opacidade da córnea.
  • Na retina, como a degeneração macular e a retinose pigmentária.
  • No nervo óptico, como o glaucoma ou os diabetes.
  • No cérebro.

Definição

Cegueira: Uma delimitação de deficientes visuais, cegos e portadores de visão subnormal, se dá por duas escalas oftalmológicas: acuidade visual, aquilo que se enxerga a determinada distância e campo visual, a amplitude da área alcançada pela visão.
Em 1966 a Organização Mundial de Saúde (OMS) registrou 66 diferentes definições de cegueira.
Considera-se portador de cegueira aquele cuja visão do melhor olho, após a melhor correção óptica ou cirúrgica, varia de zero a um décimo (escala optométrica de Snellen), ou quando tem o campo visual reduzido a um ângulo menor que 20 graus. Para entender-se melhor o que significa um décimo de acuidade visual, podemos esclarecer isso dizendo que o indivíduo portador dessa limitação enxerga apenas a uma distância de 20m.
A cegueira total (amaurose) pressupõe completa perda de visão. A visão é totalmente nula, ou seja, nem a percepção luminosa está presente e em oftalmologia isso significa visão zero.
Uma pessoa é considerada cega se corresponde a um dos critérios técnicos a seguir: visão corrigida do melhor dos seus olhos é de 20/200 ou menos, isto é, se pode ver a 6m, o que uma pessoa de visão normal pode ver a 60 metros.
Os indivíduos podem ter cegueira de nascença ou adquirida ao longo da vida. É freqüente imaginar que toda pessoa portadora de cegueira nasceu com tal problema visual, porém muitos são os casos de pessoas que adquiriram a cegueira. Eis aí uma diferença que se observa para habilidades dos portadores de cegueira.

Prognóstico, prevenção e tratamento das deficiências visuais
A deficiência visual interfere em habilidades e capacidades e afeta não somente a vida da pessoa que perdeu a visão, mas também dos membros da família, amigos, colegas, professores, empregadores e outros. Entretanto, com tratamento precoce, atendimento educacional adequado, programas e serviços especializados, a perda da visão não significará o fim da vida independente e não ameaçará a vida plena e produtiva.
A cegueira na infância é particularmente importante, seja pelos índices com que se apresenta nos países em desenvolvimento, seja por representar no futuro um encargo sócio-econômico muito grave.

Principais formas de prevenção
• Vacinação da mulher contra rubéola
• Cuidado com animais domésticos (cães, gatos, galinhas)

• Detecção precoce das alterações visuais
• Triagem em berçário, creches e pré-escolas
• Observação de sinais, sintomas, posturas e condutas
• Aconselhamento genético
• Políticas públicas

Causas da Cegueira.
A cegueira pode surgir devido a qualquer das seguintes razões:

  • A luz não chega à retina.
  • Os raios de luz não se concentram corretamente sobre a retina.
  • A retina não pode receber normalmente os raios de luz.

Os impulsos nervosos da retina não são transmitidos ao cérebro normalmente.
O cérebro não pode interpretar a informação enviada pelo olho.
São várias as perturbações que podem causar estes problemas que degeneram em cegueira. Uma catarata pode bloquear a luz que entra no olho de tal forma que ela nunca chega à retina. Os erros de focagem (refração) em geral podem ser corrigidos com lentes que o médico receita, embora nem sempre esta correção se consiga por completo. O descolamento da retina e as perturbações hereditárias, como a retinose pigmentar podem afetar a capacidade da retina para recepcionar a luz. A diabetes ou a degenerescência macular também podem danificar a retina. As perturbações do sistema nervoso, como a esclerose múltipla ou um inadequado fornecimento de sangue, podem danificar o nervo óptico, que transmite impulsos ao cérebro. Os tumores em estruturas próximas do cérebro, como a glândula hipófise, também podem danificar o nervo. As áreas do cérebro que interpretam os impulsos nervosos podem ficar danificadas por ataques cerebrais repentinos, tumores ou outras doenças.
Causas Freqüentes da Cegueira.
Catarata:
A causa mais freqüente.Pode ser curada com cirurgia.
Infecção: A causa mais comum e evitável.
Diabetes: Uma das causas mais frequentes. Evitável através do controle da doença.
O tratamento com laser atrasa a perda de visão.
Degenerescência macular: Afeta a visão central, não a periférica. Evitável e tratável em menos de 10% das pessoas.
Glaucoma: Pode-se tratar muito bem. Se for tratado a tempo, não deve conduzir à cegueira.